O autor, que já foi ator, diretor e também cenógrafo, retorna ao horário nobre com Passione, sua 14ª novela, e reedita uma parceria bem sucedida com a diretora de núcleo Denise Saraceni. Em seu novo folhetim, ele trabalha com os colaboradores Daniel Ortiz, Sérgio Marques e Vinícius Viana, com a pesquisadora Carmem Riguetto e a professora de italiano da USP Cecília Casini.
Silvio de Abreu começou a carreira estudando na primeira turma de cenografia da Escola de Artes Dramáticas de São Paulo, onde terminou o curso sem nunca ter exercido a profissão. Para ele, a Escola foi apenas subsídio para realizar um desejo antigo: ser ator. Na época, ele se considerava tímido para subir ao palco. Com o tempo adquiriu conhecimento e experiência e ganhou coragem para fazer um teste como ator para seu primeiro papel no teatro. Estreou em 1964, no Teatro Brasileiro de Comédia, na peça Vereda da Salvação, dirigida por Antunes Filho. Em 1966, embarcou para Nova York e foi estudar no Actor’s Studio. Durante esse ano, teve aulas com grandes nomes do cinema internacional, como Lee Strasberg e Elia Kazan.
Após oito anos, oito novelas e atuando nos palcos ao lado de ícones da dramaturgia nacional, como Fernanda Montenegro, Raul Cortez, Cleide Yáconis e Aracy Balabanian, Silvio de Abreu descobriu o fascínio pelos bastidores e começou a trabalhar como assistente de direção. Nesta época, ao lado dos atores Stenio Garcia, Cleide Yáconis e do diretor Antonio Abujamra, de quem era assistente de direção, criou uma companhia de teatro. E foi trabalhando como assistente de direção de Carlos Manga, mestre do cinema nacional, que recebeu o primeiro incentivo para se dedicar a escrever roteiros.
Na década de 70, escreveu e dirigiu vários filmes, incluindo Assim era Atlântida, ao lado de Carlos Manga, e algumas pornochanchadas. Em 1977, convidado para fazer uma novela na TV Tupi, Silvio de Abreu escreveu Éramos Seis. No ano seguinte, já na TV Globo, lançou Pecado Rasgado, e, em 1978, trabalhou na finalização de Plumas e Paetês, de Cassiano Gabus Mendes, e Jogo da Vida, em 1981. Dois anos depois, em 1983, inovou sobrepondo o humor ao drama em Guerra dos Sexos - um grande sucesso que abriu espaço para a comédia no horário das 19h. O mesmo gênero prevaleceu em Vereda Tropical, escrita com Carlos Lombardi e exibida em 1984, em Cambalacho, em 1987, e em Sassaricando, em 1987. Também foi autor de Rainha da Sucata, lançada em 1990; Deus Nos Acuda, em 1992; A Próxima Vítima, em 1995; Torre de Babel, em 1998; A Incrível Batalha das Filhas da Mãe no Jardim do Éden, em 2001; e Belíssima, em 2005.
Silvio de Abreu escreveu ainda a minissérie Boca do Lixo, exibida em 1995, e supervisionou, em 1997, O Amor está no Ar; em 1998, o remake de Anjo Mau; em 2003, Da Cor do Pecado; e, em 2008, Beleza Pura.
Animado com o novo trabalho, Silvio de Abreu está ansioso para a repercussão do folhetim.
“Passione não é uma novela que está focada em uma idéia pré-estabelecida, como em Belíssima que falava sobre beleza; ou Guerra dos Sexos, onde o tema era a briga dos sexos; ou ainda em Sassaricando, que o assunto eram as mulheres de mais de 50 anos no mercado de trabalho; ou em Cambalacho, que era a falta de vergonha do país. Passione é uma novela que tem segredos que, conforme vão sendo revelados, o curso da história vai mudando”, destaca.
O autor garante que o público terá diversão garantida.
“Estou querendo fazer com que o público tenha prazer de esperar a hora da novela e a assista, não por curiosidade sobre o que vai acontecer, apesar deste sentimento ser despertado também, mas, principalmente, pelo prazer de assistir àquela cena, de ver os atores representarem e pelo prazer de acompanhar a história. O que importa é você ser testemunha daquelas cenas porque a novela é dividida em duas fases: na primeira, o público vai conhecer os personagens, suas razões, as tramas amorosas, as vilanias e tudo o mais. E, na segunda parte, que não sei exatamente em que capítulo começará, a novela terá um cunho policial. Ou seja, tudo aquilo que as pessoas estavam assistindo, elas poderão ver de outra maneira. Poderão constatar que o que estava acontecendo não era tão espontâneo, nem tão determinado pelo destino como parecia. Tem uma trama policial por trás, a qual será levada até o fim da novela. A narrativa está mais próxima de um thriller do que de um melodrama. Acontece muita coisa ao mesmo tempo em muitos lugares com muitas pessoas”, avisa.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
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