Ele gosta mesmo de um folhetim. Depois de passar 51 dias na Itália para gravar "Passione", que estreia dia 17, Tony Ramos voltou querendo saber o que tinha perdido em "Viver a vida". E já é fã de "Escrito nas estrelas", a atual das 18h. O controle remoto do ator também busca com frequência programas esportivos. Ele gosta de futebol e de explicar as regras do golfe para os netos, que, em troca, colocam o vovô para ver desenhos. Agora, o que Tony não perde de jeito nenhum é "Globo rural": "Se não puder ver, ponho para gravar."
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O GLOBO: Sempre liga a TV para ver...
TONY RAMOS: Acordo rigorosamente às 6h, faço a minha ginástica vendo os telejornais. Ligo na Globo News para acompanhar as notícias do dia. Agora, eu não perco a novela das seis, "Escrito nas estrelas". É linda, emocionante. Fiquei 51 dias fora do Brasil e, quando cheguei, já quis saber como estava "Viver a vida". Sempre vejo novela. É um dever meu como ator assistir, acompanhar, sacar como estão as coisas.
Qual foi a primeira novela que assistiu?
RAMOS: Eu vi muito televisão, desde pelo menos os meus cinco ou seis anos de idade. A partir dos sete, eu sabia bem o que era a televisão e a sua programação, numa época em que a TV não tinha tanto alcance, isso em São Paulo, capital. Mas a primeira novela que eu vi e fiquei impressionado foi "O cara suja" com o Juca de Oliveira. Uma novela muito bonita da TV Tupi de São Paulo.
Que trama mais marcou a sua vida?
RAMOS: Essa pergunta é danada, porque muitas tramas das quais participei me marcaram como ator. Eu citaria aqui "Baila comigo", de Manoel Carlos, na qual fiz os gêmeos João Vitor e Quinzinho, e "A próxima vítima" e "Torre de babel", ambas de Silvio de Abreu. Uma, da qual não participei, mas que me prendeu muito, foi "Vale tudo", de Gilberto Braga.
Qual foi o melhor final escolhido para um vilão?
RAMOS: Eu acho que a banana que o Reginaldo Faria deu em "Vale tudo" foi um final surpreendente e, ao mesmo tempo, crítico, socialmente falando. Outro que também achei interessante foi o da Flora em "A favorita".
Qual foi a melhor cena de final feliz?
RAMOS: Difícil escolher uma, mas vou citar o final dos personagens de Tarcísio Meira e Glória Menezes em "Irmãos coragem", na versão de 1970.
Com quem você formou o par romântico com mais química em cena?
RAMOS: Jamais responderia a essa pergunta. Não porque eu esteja em cima do muro, mas porque todas as colegas tiveram comigo grande química e foram ótimas companheiras. Desde Elaine Cristina e Carmen Monegal na antiga TV Tupi, passando por muitas atrizes com quem fiz par romântico na Globo, como Elizabeth Savalla, com quem eu fiz duas novelas, Glória Pires e Natalia do Vale.
Qual personagem interpretado por você mais o marcou?
RAMOS: Riobaldo, de "Grande sertão veredas".
Qual foi a melhor cena em que um ator interpretou irmãos gêmeos?
RAMOS: Nós já tivemos vários momentos. Agora mesmo o Mateus Solano está dando um verdadeiro banho, absolutamente emocionante. Vi uma cena inesquecível do irmão médico discutindo com a mãe, que insiste em dizer que ele não deve se casar. Há vários momentos lindos de gêmeos, como Nívea Maria, em "Maria, Maria", também do Manoel Carlos, e Glória Pires, em "Mulheres de areia".
O que o faz mudar de canal?
RAMOS: Sensacionalismo, soberba e vulgaridade.
Qual programa você não perde de jeito nenhum?
RAMOS: "Globo rural". Nem que eu não possa ver, eu ponho para gravar. Eu adoro.
Qual é a melhor atração para ver acompanhado?
RAMOS: Novela e futebol. Um filme romântico também. Gosto de programas de debate, "Saia justa", por exemplo. Lidiane e eu debatemos o que está sendo debatido pelas meninas. O "Manhattan connection" é outro.
O que faz durante o intervalo comercial?
RAMOS: Se o programa estiver me prendendo muito, eu continuo. Esse "Profissão repórter", por exemplo, é excepcional. Não consigo levantar, fico quieto. Agora, quando o programa não me interessa, eu dou uma pescada de canal no controle remoto. O importante na televisão é você saber conquistar a cumplicidade do espectador dizendo: "Você pode até mudar, mas cuidado porque eu posso voltar antes. Então, fique aí."
Tem um gênero de seriado preferido?
RAMOS: Seriados americanos eu vejo pouco. O que eu mais vi foi "Os sopranos", o melhor de todos nos últimos 15 anos. Tenho acompanhado, quando posso, "The good wife" e, eventualmente, "Brothers and sisters".
Qual programa de TV o faz chorar?
RAMOS: Olha, o "Globo rural" já me fez chorar muito. Porque trata da natureza, entrevista pessoas interessantíssimas. E também, às vezes, o "Esporte espetacular" me faz chorar. " O quadro "Na estrada com Galvão" é interessantíssimo. Ele consegue extrair momentos de muita emoção de profissionais do esporte.
O que o faz rir na TV?
RAMOS: Pode ser uma piada simples ou uma grande sátira como as do "Casseta e Planeta". Houve momentos impagáveis no "Toma lá, dá cá". Aquele quadro do "Zorra total", com as criancinhas no sofá enorme e os pais discutindo, eu acho muito engraçado.
Assiste a reality show? Qual o mais bizarro que já viu?
RAMOS: Não. Respeito os programas de sucesso, mas eu nunca acompanhei.
Qual é o melhor programa para ver na companhia dos netos?
RAMOS: Desde Cartoon Network a futebol. Sou um pouco diferenciado nisso. Eles acham um pouco sem graça o golfe, mas eu adoro explicar a regra. Mas, com os netos, geralmente, são os desenhos mesmo. Eles curtem muito.
Gosta de acompanhar algum programa esportivo?
RAMOS: Sim. Eu gosto muito do "Esporte espetacular" e vejo o "Globo esporte" quando posso. Amo Olimpíadas. Adoro corrida. O momento mais emocionante do esporte sempre é o final de uma maratona, quando os competidores entram no estádio para que o público os acolha depois dos 42 mil metros.
Assiste a jogos no pay-per-view?
RAMOS: Tenho todos os pay-per-views que você possa imaginar.
Qual é o programa imperdível na TV nos finais de semana?
RAMOS: Pra mim é o "Esporte espetacular" porque eu adoro esporte. Também é imperdível o "Manhattan connection", no GNT.
Que atração você programaria para o horário nobre?
RAMOS: Um bom programa musical como já houve, por exemplo, "Chico e Caetano". Colocaria às 22h, um horário ainda nobre, logo após a novela. Programaria também algo de humor de novo, como "Sai de baixo".
E o melhor talk show?
RAMOS: O do Jô Soares, sempre. Ele é um ótimo entrevistador, espirituoso. Claro que depende das entrevistas que tem nas mãos, mas sempre inteligente, crítico e bem-humorado. E, na mesma proporção, Marília Gabriela, que também é uma excepcional entrevistadora.
Que programa você vê quando tem insônia?
RAMOS: Eu não tenho insônia. Durmo pouco e bem. Eu programo para desligar a TV no timer quando estou com sono.