segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para Montenegro, Bete é 'uma sagrada mãe de família'

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Personagem de Fernanda Montenegro tem alta carga dramática
  Fernanda Montenegro já atuou em mais de 20 novelas. Esta é a sexta de Silvio de Abreu. Fora minisséries, seriados, casos especiais, teatro e cinema.
A bagagem profissional é vasta e de excelência indiscutível, o que já rendeu à atriz uma série de premiações. Ainda assim, ela afirma que vê desafios na interpretação da nova personagem.
Na entrevista abaixo, Fernanda conta que desafios são esses e define, sob seu próprio ponto de vista, quem é Bete Gouveia, essa mulher que vai se tornar tão íntima do público nos próximos meses.
Bete Gouveia por Fernanda Montenegro
“Ela é uma personagem de romance do século XIX, uma personagem de um excelente folhetim. É aquela pessoa que é humilhada minuto a minuto e ainda é culpada de tudo. É uma mulher que deve ter tido um início de vida difícil e se junta a um homem meio arruinado, mas que com o trabalho dos dois recupera a fortuna. No fundo, no fundo, ela é uma governanta credenciada daquela casa. Porque quem manda, ou pelo menos quer mandar, é a velha sogra, que já está caminhando para 100 anos. Na frente dessa senhora, ela tem que ser uma servidora. E vai vivendo com esse marido, que é quem comanda tudo... enfim, é um grã-senhor da alta burguesia. Então, Bete é uma mulher que segura uma situação assim, como uma artista de circo, que move uma porção de pratos ao mesmo tempo.”

A trama
“É uma longa história com um elenco de primeira, na qual todos os personagens vão se inter-relacionar. Todos nós temos papeis excelentes. É uma novela muito bem distribuída. Cada núcleo é muito bom, muito importante dentro da história.”

A cena da revelação de Eugênio
“Embora o ator já saiba a revelação, o personagem não sabe. Então, você tem que ser bastante preparado para interpretar a surpresa da descoberta do personagem.”

Desafios em Passione
“O desafio é a surpresa de fazer uma personagem melodramática, apassivada, que fala de uma mulher que é boa, que quer harmonizar, quer coordenar a casa, a união da família. Ela não tem pitorescos. Não posso me valer de maquiagem, de indumentárias e de gracinhas, que é isso que chamo de pitorescos. Não tem nenhuma chave de comicidade, não tem saída. É melodrama e melodrama, entre lágrimas e carinhos, resignação e generosidade. Isso é novo para mim, é a primeira vez que faço uma sagrada mãe de família.”

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